[MÚSICA] Os conceitos que trabalharemos nesta aula serão base para toda a nossa discussão neste curso. Então vamos a eles. Os conceitos de interoperabilidade e integração são muitas vezes utilizados como sinônimos, quando tratamos de sistemas de informação. Entretanto, esses conceitos são distintos, embora sejam também complementares. Integração refere-se ao processo de conectar dois ou mais sistemas, gerando uma dependência tecnológica entre os mesmos. A integração serve para facilitar o acesso à informação e, consequentemente, para melhorar a comunicação, a cooperação e a coordenação dentro da empresa, de forma que ela se comporte como todo integrado. Instituições ou empresas que optam por escolher sistemas diferentes para cada setor algum momento necessitam integrar esses sistemas para otimizar processos ou gerar informações de suporte a decisão e assim melhorar a eficácia de seus serviços e até mesmo reduzir custos operacionais. Precisam criar uma retaguarda de integração rápida, confiável e compatível com sistemas a serem integrados. Exemplo de integração é o Ministério da Saúde. Cada sistema possuía seu próprio cadastro de hospitais e postos de saúde. Isso era problema para o Ministério, porque não era possível cruzar os dados dos hospitais e, portanto, não se conseguia listar as atividades de cada instituição. Isso era ruim para as instituições, que tinham que manter atualizados vários cadastros dentro do Ministério da Saúde. A solução foi a criação de cadastro central, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos Saúde, que integra todas as bases de hospitais e postos de saúde e que acabou por substituir todos os demais cadastros. Hoje, o Ministério da Saúde tem mapa claro das instituições saúde no Brasil e quando uma instituição atualiza telefone, essa informação é atualizada todos os cadastros. Outro exemplo são os sistemas de nota fiscal eletrônica. Atualmente no Brasil a emissão de uma nota fiscal, seja ela oriunda de uma venda de produto ou de realização de serviço, ocorre através de sistema oferecido pelas administrações públicas, municipais ou estaduais, a depender da natureza do item. É a chamada nota fiscal eletrônica. O representante da empresa pode acessar o sistema oferecido pelo órgão público, prefeitura ou governo estadual, e informar os dados do cliente, do produto ou serviço e valores e então emitir a nota fiscal eletrônica. Ou caso a empresa utilize software de gestão empresarial, esse software pode se conectar ao sistema da nota fiscal eletrônica e enviar de sistema para outro os dados para o preenchimento da nota fiscal eletrônica. Essa integração do sistema empresarial com o sistema público da nota fiscal eletrônica elimina a possibilidade de erro na inserção manual de dados no sistema da nota fiscal, pois o dado existente no sistema de gestão empresarial será copiado para o sistema da nota fiscal eletrônica. A dependência aqui está no fato de que o sistema de gestão empresarial não consegue emitir uma nota fiscal sem que esteja integrado ao sistema da nota fiscal eletrônica. O sistema de gestão empresarial é dependente do sistema da administração pública de emissão para a tarefa de emissão da nota fiscal de produtos ou serviços ao cliente da empresa. Muito bem. Falamos sobre integração e agora vamos definir o conceito de interoperabilidade. A interoperabilidade é a capacidade de diversos sistemas de organizações trabalharem conjunto, interoperar, de modo a garantir que pessoas, organizações e sistemas computacionais interajam para trocar informações de maneira eficaz e eficiente e sem a geração de uma dependência tecnológica entre os mesmos. A interoperabilidade descreve até que ponto os sistemas e dispositivos podem trocar dados e interpretar esses dados compartilhados. Para que dois sistemas sejam interoperáveis, eles devem ser capazes de trocar dados e subsequentemente apresentar esses dados de forma que possam ser compreendidos por usuário. Para sistema ser considerado interoperável é muito importante que ele trabalha com padrões abertos ou ontologias. Exemplo de interoperabilidade no setor da saúde é a capacidade de diferentes sistemas e softwares trocarem e compartilharem dados e informações das mais variadas naturezas. Por exemplo, sistemas de laboratório, clínicas, farmácias, hospitais e consultórios médicos, trocando dados e informações entre si. A interoperabilidade pode ser organizacional, semântica e técnica. A organizacional diz respeito a colaboração entre organizações que desejam trocar informações, mantendo diferentes estruturas internas e processos de negócios variados. Na interoperabilidade organizacional, as empresas realizam suas atividades tempos diferentes e de maneiras diferentes. A interoperabilidade semântica é a capacidade de dois ou mais sistemas heterogêneos e distribuídos trabalharem conjunto, compartilhando as informações entre eles com o entendimento comum do significado delas. Ela garante que os dados trocados tenham o seu significado corretamente interpretado dentro do contexto de uma dada transação. E a interoperabilidade técnica, por sua vez, é a ligação entre sistemas e serviços de computação por meio da utilização de padrões para a apresentação, a coleta, a troca, o processamento e o transporte dos dados. Entre os benefícios dessa interoperabilidade podemos citar a escalabilidade das soluções, o reuso de soluções, respeito a autonomia dos sistemas envolvidos, compartilhamento das informações entre os sistemas e a possibilidade de trabalhar com sistemas heterogêneos, fornecedores, plataformas, tecnologias distintas. E aqui encerramos então nossa aula para conceituar integração e interoperabilidade. [MÚSICA]