[MÚSICA] Neste módulo falaremos sobre vieses inconscientes, agora de uma forma mais relacionada com o gênero, tanto na sociedade quanto nas organizações. E na primeira aula falaremos sobre como esses vieses inconscientes acontecem de uma forma mais ampla na sociedade. O que mais temos são vieses inconscientes na nossa rotina. Se você está por exemplo, na casa de algum amigo, você acredita que a chance de quem preparou a refeição para a visita, ou limpou o local, seja maior que tenha sido feito por uma mulher, porque você pensa isso? Costumamos ver papeis femininos, ou melhor, predominantemente femininos. E aí, nesse caso, se soubermos do contrário, provavelmente temos uma nova forma de pensar. Nessa conversa, a gente pode entender quem realmente executou esse tipo de trabalho. Inicialmente a gente ali julgou que foi a mulher da casa, mas podemos pensar de uma forma diferente, caso a gente saiba, tenha informação de que quem fez foi alguma outra pessoa, que não foi por exemplo aquela que a gente vê como a parte feminina da família. Para evitar os vieses no nosso dia a dia, é importante que a gente pense nessas quebras de paradigmas. Entendo que não existe papel definido somente para uma mulher e não existe papel definido somente para homem. É a gente pensar que qualquer pode ocupar qualquer lugar. Não existe uma profissão de homem ou uma profissão de mulher, mesmo assim, a gente carrega muitas dessas informações. Por estatísticas, por conhecer pessoas, por entender que por exemplo, é mais comum que a gente tenha ali alguém do exército que seja homem, muito mais do que uma mulher. A chance de a gente entender que para algumas profissões costumam ser mais de mulher do que de homem, mas todos podem fazer o que quiserem. Que a gente não possa incentivar também alguém a seguir alguma carreira porque é homem ou porque é uma mulher. Nesse sentido, a gente tem visto várias mulheres que não se vêm nas carreiras exatas, não se vêm cientístas, não se vêm políticas. Assim como homens que se vêm com vários cargos, mas nem sempre com cargos que costumam ter uma quantidade maior de mulheres. É muito comum que esses papéis todos sejam construídos desde muito cedo. Por exemplo, se algum menino ajuda a mãe com as tarefas da casa, pode ser que ouça, algum momento, às vezes até pelo próprio pai, que é uma tarefa de menina, pode ser que ele seja julgados por seus amigos, mas a ideia, é que se a gente passa todos esses papéis no nosso dia a dia, para meninos e meninas, isso contribui bastante na construção da equidade de gênero. Se a gente não começa desde cedo, a gente não consegue construir essa ideia, e a gente vai ser muito mais impactado por esses vieses inconscientes. Faltam incentivos para a equidade de gênero, então, no período de pandemia de covid, podemos observar por exemplo, que os papéis não estavam equilibrados. Nesse sentido, várias pesquisas e levantamentos, entenderam que isso gerou ainda mais sobrecarga para as mulheres dentro das famílias. Então, a gente já entendia que muitas vezes, as mulheres são aquelas que têm uma jornada dupla, que têm uma jornada tripla, mas aqui a gente vê que todo o mundo, mais para dentro de casa do que para fora, ainda sobrecarrega essas várias outras atividades necessárias e a mulher é quem provavelmente tinha a maior chance de executá-las. E porque por exemplo, é mais comuma gente falar faxineira do que faxineiro? Quando a gente fala do português, o masculino é o que neutraliza, é o que generaliza cargo, termo, substantivo. E porquê por exemplo, falamos também muito mais vezes, bailarina do que bailarino? E enfermeira do que enfermeiro, e secretária do que secretário? Porque nessas profissões, nesses tipos de trabalho, é mais comum que a gente tenha mais mulheres ocupando esses espaços e isso também, inibe até que homens possam ter esse tipo de ocupação. Os homens podem fazer todas essas atividades se eles quiserem, depende da formação, depende da sua expectativa. Recepcionistas por exemplo, tem até termo neutro, então a gente vai falar, o recepcionista ou a recepcionista. Mas também tem uma imagem fortemente ligada às mulheres. Até mesmo quando a gente vê anúncios nos jornais, anúncios sites, quando uma empresa procura algum recepcionista, é muito comum que se coloque preferência por sexo feminino. E isso na verdade, não tem nada que relacione a desempenho ou a resultado. Simplesmente desejam papel que seja mais ali, fortemente relacionado com mulheres. Inclusive modelos, aquelas que desfilam. Neste caso, nós vamos ter uma das raras excepções, que realmente temos cargo que as mulheres ganham mais do que os seus pares masculinos. Mas as lideranças do mercado, ou seja, os empresários desse segmento da moda, ainda são muito mais masculinos. E são eles que acabam lucrando mais com esse tipo de negócio. Importante que a gente preste atenção nesses vieses, porque se a gente toma esses cuidados pode ser positivo para todos nós. Até a próxima aula! [MÚSICA]