[MÚSICAS] Olá. Neste módulo falaremos sobre comportamentos e atitudes relacionados aos vieses inconscientes. E na primeira aula falaremos sobre vieses inconscientes e alguns dos comportamentos que são percebidos no nosso dia a dia. Será que você já teve alguma atitude machista sem perceber? Quando a gente fala de viés inconsciente é justamente isso, a gente não percebe. E aqui a gente vai declarar que sim. Eu já tive várias atitudes machistas, percebendo ou não percebendo. Todos nós já tivemos. Isso acontece porque a gente vai ter modelo mental que foi sendo construído ao longo dos séculos, ao longo dos milênios, que a gente tem sim uma predominância dessa parte masculina sobre a feminina. As atitudes machistas fazem parte desses vieses inconscientes que nós temos e temos comportamentos que acontecem justamente por causa disso. Os nossos comportamentos e atitudes detem ali algumas dessas formas que nós temos mais masculinizadas do que femininas. Por exemplo, quando alguém não concede os mesmos direitos para homens e mulheres. Os direitos quando são diferentes é quando a gente entende que vai ter mais privilégio do que outro. E até que ponto que esse privilégio beneficia mais ou outro. O que seria isso, permitir para mas não para outro? É quando a gente restringe e quando a gente cria complicações e nisso a gente vai tendo consequências que seguem dali para frente. Quando a gente julga a mulher como inferior ao homem algumas aspectos, a gente vai vendo que por exemplo, nessa parte física, na parte intelectual, na parte social, é quando a gente faz de uma forma implícita e entende que homens são melhores do que mulheres. A ideia é que a gente não julgue ou não entenda isso de uma forma preconcebida, mas sim que a gente possa testar, que a gente possa dar oportunidades. A gente vê que muitas vezes nesses aspectos físicos as mulheres já tem superado e ganhado bastante força. Quando vemos décadas atrás, historicamente essa parte da mulher e do homem relação a parte física, inclusive nos esportes de alto desempenho, temos visto que as mulheres tem superado bastante. Antes a diferença entre o que o homem conseguia correr e o que uma mulher conseguir a correr tinha gap ainda maior. Hoje dia essa diferença é muito pequena, inclusive no quanto que mulheres e homens conseguem carregar pesos, isso também a diferença tem diminuído. A parte intelectual a gente já comprovou que por meio das competências elas podem ser iguais para homens e para mulheres, inclusive o uso disso é que tem transformado tanto as organizações e a dinâmica de como que enxergamos gêneros no dia a dia. E a parte social a gente tem também entendimento de que homens costumam ser seres mais sociais do que as mulheres, até porque historicamente também os homens saíam mais, estavam mais fora de casa do que as mulheres. E essa parte do networking também será discutido mais para a frente. Se a gente consegue testar e dar oportunidades, a gente consegue ali comprovar até que ponto que homens e mulheres são equivalentes ou realmente são diferentes. A ideia aqui não é que a gente possa ter resultado, ou então classificar e ranquear, mas sim que para vários aspectos dependendo do que a gente mede, podemos ter resultados diferentes e ambos podem contribuir muito quando trabalham juntos. Eu vou falar aqui de outro experimento que eu gosto bastante e isso explica muito do que nós temos como vieses inconscientes relacionados a gêneros e o nossos comportamentos que vem dali para a frente também. Por exemplo, uma vez quiseram testar se realmente as meninas tinham desempenho pior do que meninos provas de exatas, nas matemáticas, porque é muito comum que a gente ouça esse tipo de informação, de que meninos são melhores do que meninas quando a gente fala dessas habilidades de matemática. Então o teste foi feito. O teste foi o seguinte. Nos Estados Unidos aplicou-se uma prova de matemática nos primeiros anos de ensino fundamental várias escolas. E essas provas ali foram feitas por todos os alunos. Metade dessas provas tiveram o seu nome declarado, ou seja, o nome do aluno aparecia. Na outra metade esse grupo teve a prova anonimizada, ou seja, o próprio professor que corrigia a prova não saberia quem é o aluno, se é menino ou uma menina. E os professores que participaram dessas correções de prova eram tanto homens quanto mulheres. Resultado da pesquisa que foi feita mais de uma vez, foi replicada. As notas de meninos e meninas nas provas que os professores não sabiam dos nomes, as médias foram iguais, ou seja, a gente teve o desempenho equivalente, meninos e meninas são bons iguais matemática. Só que nas provas que os nomes eram revelados, e os professores corrigiam sabendo se era menino ou uma menina, ou seja, sabe o gênero, os meninos tiveram notas superiores. Eu acho isso incrível. Como isso acontece? Esse é o viés que os professores têm, tanto homens quanto mulheres. Não houve diferença. Tanto professores homens quanto mulheres avaliaram os meninos como melhor desempenho do que as meninas. E a gente prova isso, que quando ele não é contaminado pela informação do nome do aluno muitas vezes ele vai corrigir de uma forma isenta e a gente vê resultados iguais. Isso significa o seguinte: que estamos todos enviesados e que a gente vai julgar sim, que desde o começo, desde quando, aí a gente tem ainda uma criança, os meninos serão melhor avaliados nessa parte de exatas. E isso não só traz uma noção equivocada de desempenho para meninos e meninas, como também ao longo do tempo os professores reforçam essa ideia nas aulas. Eles costumam dizer "meninos costumam ir muito bem matemática. Meninas nem tanto" e isso faz com que aquela criança que está se desenvolvendo cresça com essa ideia, cresça com esse viés e ele vai consolidando isso. Provavelmente, quando vai escolher uma profissão, uma faculdade, novo emprego, ele vai ter essa noção de que os meninos estão ali mais empoderados para seguirem carreiras nessas áreas de exatas e as meninas tem uma menor chance. E é por isso também que a gente vai ver todo esse impacto lá no ensino superior, quando a gente vê vários países essa proporção tão diferente. Assim, as atitudes machistas se perpetuam, os comportamentos vão se consolidando, tudo isso vai se normalizando e não há melhor nem pior, simplesmente nós temos qualidades diferentes e que podem se complementar nas organizações e vários ambientes. Até a próxima aula. [MÚSICA]